11 de mai. de 2010
Árvore dos Desejos: Poderoso Faz-de-Conta
O que é o desejo?
Como ele nasce e se fortalece?
Será que compreendemos a fundo os nossos reais desejos?
Lala, uma grande amiga, diz que “Desejo entendido é desejo atendido”.
Eu ainda acredito que, quando desejamos algo intensamente, esse sentimento se manifesta, transborda para além de nós mesmos e acontece! Essa crença vem de longa data, herança, talvez, de um poderoso faz-de-conta do possível!
Em meu imaginário infantil, tive a sorte de encontrar pelo caminho muitas “árvores do desejo”. Assim eram conhecidos os salgueiros, popularmente chamados chorões. Uma árvore triste, alguns diziam, mas, para uma menina como eu, que conhecia seus segredos, uma árvore cheia de braços e mãos, que ofereciam, gratuitamente, a realização de todos os pedidos que lhes fossem feitos. Bastava tirar uma folhinha bem fina e parti-la ao meio, pronunciando,ao mesmo tempo, um pedido, para que ele se realizasse em poucos dias!
Na vizinhança, toda a criançada sabia esse truque. Não me lembro bem de como tudo começou, mas certamente foi por influência de um livro maravilhoso que li na infância. Talvez fosse um livro cuja leitura mais amigos compartilhassem, ou então, uma história contada e de todos conhecida.
Se bem me lembro, A Árvore dos Desejos foi meu primeiro livro. Talvez não o tenha sido, mas é o de que me recordo como livro inaugural, livro-objeto de desejo, livro-magia, que me ensinou a amar a palavra escrita e, sobretudo, a cultivar a força dos desejos.
A lembrança das brincadeiras proporcionadas pela leitura desse livro tem me acompanhado pela vida a fora. E, também, dos pedidos atendidos – desejos próprios da vida infantil e totalmente possíveis: brinquedos, guloseimas, dias de sol ou de chuva, para tomar banhos ao ar livre, ter pouca lição para fazer em casa, a rápida chegada das férias, o arco-íris e por aí vai...
Durante toda minha vida tenho me lembrado desse livro como algo tão precioso, uma relíquia da fantasia! Lembro-me da capa do livro e de seu formato, de como vinha envolvido num acetado transparente, com encadernação dura, de seus lindos desenhos, do modo como a diagramação do texto brincava com as páginas e de que o próprio texto em si era bonito. Entretanto nunca me lembrava bem de detalhes da história, somente que havia uma menina com seu grupo de amigos que descobriram o mapa da mina! Uma árvore dos desejos que presenteava a todos com aquilo que realmente quisessem.
Devia ter uns sete anos quando, pela primeira vez, encantei-me com a história Árvore dos Desejos. Já adulta, volto a ganhar, para minha grande alegria, um exemplar do mesmo livro. Ele, certamente, me permitiu reviver as emoções do tempo de criança.
O livro Árvore dos Desejos, de Willian Faulkner, editora Círculo do Livro, que leva o nome da árvore de meus sonhos, foi o presente mais sensível que recebi quando criança e agora adulta.
Sou eternamente agradecida ao maior leitor de sutilezas.
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