13 de mai. de 2010
É realidade ou imaginação?
Manu, depois de assistir comigo o filme Alice no País das Maravilhas, encantada, diz querer ler o livro inteiro de Lewis Caroll que ganhou em seu aniversário de sete anos.
Espero que não perca o bom trânsito que sempre teve entre fantasia e realidade pois é uma delícia acompanhá-la em suas viagens, verdadeiras brincadeiras imaginativas! E por falar nisso... Ela, ainda absorta pelo que havia visto na tela do cinema, me questionava:
- O que aconteceu no filme com a Alice você acha que é realidade ou imaginação?
Antes de respondê-la, devolvi a pergunta: - O que você acha?
- É imaginação, mas é tão verdade que acho que é realidade.
-Como assim?
- É realidade imaginada . Acho que aconteceu mesmo tudo aquilo porque ela imaginou.
-E de onde vem a imaginação?
- Sei lá...
- Ah! Não diga isso... logo você que sabe tudo, procure uma explicação de onde vem a imaginação?
- Vem da nossa mente.
- E como chegam estas idéias todas em nossa mente?
Manu pensativa... Responde com uma carinha de “heureca!”
-Eu acho que deve vir das nuvens!
- Das nuvens?
- As nuvens podem se transformar em tudo, no que elas quiserem. Então essa imaginação vem para nossa cabeça.
Quando a nuvem resolve chover, rega tudo e fica a terra cheia de imaginação.
- Só quando chove se tem imaginação?
- Não, né! Quando faz sol também tem imaginação. O sol esquenta a nuvem, ela vai sumindo de calor do sol e vem parar em nossa cabeça.
- Ela entra direto pra nossa cabeça?
- Tem uma chave por dentro da nossa cabeça que abre a porta para a imaginação entrar. A chave fica por dentro para abrir só quando se quer e ninguém tirar a imaginação lá de dentro.
- Quer dizer que essa chave fica numa fechadura dentro da nossa cabeça?
- Não... ela não fica toda hora lá na cabeça, ela está no nosso estômago, misturada nuns líquidos. Tem que se alimentar para a chave poder funcionar e abrir a porta para a imaginação. Tem que comer bem, de tudo. Quer dizer, não pode comer muito chocolate. Um pouco de chocolate até faz bem para a imaginação...
Quanta coisa linda nestes devaneios brincalhões! Quanta verdade imaginada nisso tudo! Verdade líquida! Vinda das nuvens, dos sulcos dos alimentos. Alimentos físicos e simbólicos!
Saio do filme e deste diálogo recordando minhas primeiras leituras de Alice no país das maravilhas e lembro bem destes mesmos questionamentos frescos daquela época. A fantasia é tão real, que não pode não ser realidade!
A arte é um banquete para germinar nossas nuvens imaginárias!
Fico feliz em ter dado a ela este presente simbólico, passeio pelo universo do país das maravilhas! E mais ainda de ter ganho dela estas imaginações! Ver o quanto a linha tênue imaginação - realidade, está acesa nos pensamentos imaginários da Manu.
As flores simbólicas que cultivo para presenteá-la, conversam com minha imaginação. Digo flores simbólicas pois foi este o presente que dei à Manu em seu aniversário: um buquê de flores, sendo que cada flor vai se transformar num passeio comigo. Este foi o primeiro presente-botão de flor. Presente de estar presente com ela vivendo estas descobertas.
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